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30 de dez. de 2016

Os livros de 2016

Bora conferir meus livros de 2016? Já pode encerrar? Será termino mais algum até amanhã?..

1) Uma semana para se perder, Tessa Dare
2) Uma dama à meia-noite, Tessa Dare
3) The Beauty and the Blacksmith, Tessa Dare *
4) Any Duchess Will Do, Tessa Dare *
5) Lord Dashwood Missed Out, Tessa Dare
Pois sim, era o ano da Tessa Dare. Romance de época continuou sendo o gênero dominante este ano, que como vocês vão ver. O primeiro volume da série Spindle Cove (e a novela 1.5) tinha sido lido em 2015. Os * indicam os melhores livros do ano, e The Beauty And The Blacksmith eu reli logo em seguida, imediatamente após terminá-lo. Spindle Cove consolidou Tessa Dare como minha autora favorita de romance de época. Ainda durante o ano de 2016 Tessa Dare conseguiu alcançar um posto entre meus top 5 autores em qualquer gênero. Aguardem...

6) A Study In Scarlet, Arthur Conan Doyle
Gente, de vez em quando eu preciso, né? Não tenho nem que justificar.

7) Era Uma Vez No Outono, Lisa Kleypas
8) Again The Magic, Lisa Kleypas *
9) Manual do Autismo, Gustavo Teixeira
A vida segue acontecendo enquanto a gente lê, né? ;)

10) Lady Susan, Jane Austen
11) Devil In Winter, Lisa Kleypas
12) Scandal In Spring, Lisa Kleypas
13) A Wallflower's Christmas, Lisa Kleypas *
Eu não tinha gostado tanto do primeiro livro da LK que li em 2015, o primeiro a série Wallflowers, mas a série vai melhorando, sim.

14) Brighter Than The Sun, Julia Quinn
Um pequeno comentário é necessário aqui: foi um esforço voltar a ler Julia Quinn porque eu tinha detestado o primeiro livro dessa duologia (Everything And The Moon). Brighter Than The Sun é melhor mas é chato. Não gostei da duologia Lyndon Sisters, está dito.

15) Pérolas Dão Azar, Raymond Chandler
Minha tentativa de ler outros policiais clássicos não foi bem sucedida com Raymond Chandler. O estilo não me agradou. Se alguém quiser me indicar outro dele que considere melhor, aceito. Ou outros policias clássicos. Estou quase terminando a obra da Agatha Christie e estou morrendo de pena.

16) Depois Do Funeral, Agatha Christie
17) Escola De Tradutores, Paulo Rónai
18) Desejo À Meia-Noite, Lisa Kleypas
19) Sedução Ao Amanhecer, Lisa Kleypas
20) Casamento Hathaway, Lisa Kleypas
21) Tempt Me At Twilight, Lisa Kleypas
22) Married By Morning, Lisa Kleypas
23) Love In The Afternoon, Lisa Kleypas *
Finalmente consegui maratonar Lisa Kleypas! Ainda assim sou obrigada a reconhecer que as Wallflowers são um série melhor que os Hathaways, que demoraram a conseguir um * de destaque: somente o último livro realmente me pegou de jeito. Lisa Kleypas é muito boa de romance e hot, mas os argumentos dela são meio fracos e me irritam.

24) A Night For Love, Mary Balogh
25) O Que Eu Quero De Presente, Suelen Carvalho
26) O Espelho de Laura, Suelen Carvalho (inédito, leitura beta)
Autora nacional e amiga. Na verdade o primeiro eu li no começo do ano, mas tinha esquecido de anotar então ficou fora de ordem.

27) Career Of Evil, Robert Galbraith *
28) A Summer To Remember, Mary Balogh
29) Slightly Married, Mary Balogh
30) A Teia da Aranha, Agatha Christie
31) Slightly Wicked, Mary Balogh
32) Slightly Scandalous, Mary Balogh
33) Roube Como Um Artista, Austin Kleon
34) Slightly Tempted, Mary Balogh *
35) Slightly Sinful, Mary Balogh
36) Slightly Dangerous, Mary Balogh *
Vamos falar sobre os Bedwyns? Acho que sofri um pouco com excesso de expectativa neste caso. A escrita da Mary é ótima e a construção dos personagens é excelente, é o ponto forte dela. Onde eu acho que peca é no argumento. Há muitas situações repetitivas nos livros, como a saga dos noivados/casamentos falsos. Acho que só tem dois livros da série que não tem nada disso. Reações muito padronizadas das mocinhas também me incomodou: quase todas caíram no momento de "vc não tem que casar comigo só por honra". Essas duas coisas me irritaram nessa série, mas ainda assim é muito boa. Só pra ser do contra, meu livro favorito não é o do Wulf, mas o da Morgan. Mas meu Bedwyn favorito é o Wulf, sim...

37) Quando Te Encontrei, Jariane Ribeiro
38) Romancing The Duke, Tessa Dare *
39) Diga Sim Ao Marquês, Tessa Dare *
40) O Beijo da Lua, Nana Valenttine
41) When A Scot Ties the Knot, Tessa Dare *
Pelo amor de Deus, vamos falar sobre a Série Castles Ever After! Tessa Dare é uma de minhas autoras favoritas na vida. Autoras/autores. Esta série é perfeita, nenhum dos três livros que li me decepcionou em nada nada nada! Os três são destaques do ano. Melhor enredo, provavelmente o primeiro. Melhor casal, com certeza o segundo. O mais comovente e surpreendente é o terceiro.

42) Não Quero Ser Lembrado, Lucas Rezende
43) The Scandalous, Dissolute, No Good Mr. Wright, Tessa Dare
44) Do You Want To Start A Scandal?, Tessa Dare
Crossover entre Spindle Cove e Castles Ever After, livro maravilhoso também. Um dos mais hot da Tessa. Um dos melhores mocinhos, uma das melhores mocinhas.

45) JE SUIS LÀ, CLÉLIE AVIT **
Melhor. Livro. Do. Ano. Sim, o último livro que terminei em 2016 foi o livro do ano. Um título que apareceu do nada no meu Facebook, nem me lembro onde, acho que na página da Livraria Francesa. Li o ebook no original, mas existe em português, sim, chama-se "Eu Estou Aqui". Um romance emocionante, comovente, veloz e que te deixa querendo mais mais mais.

Este ano vou começar a divulgar também minha lista de escritos. Eu sempre anoto o que termino de escrever naquele ano, no mesmo caderno em que anoto o que termino de ler. Vamos lá!

1) No Parque da Cidade: publicado!
2) O Sangue: publicado!
3) Foro Privilegiado: publicado!
4) Stage Door: publicado!
5) D.O.C.: inédito!

Foi um ano super diversificado em termos de trabalho. Terminei a tradução e nova versão do "Jesse", republiquei "Catarina" e "Jesse" com novas capas e comecei a traduzir as sequels da série. Voltei a mexer na série da "Ventura" e comecei várias histórias novas. Destaco "A Dívida de Íris", "Retorno" (que finalmente vai explicar do que se trata a série de TV Return, mencionada em "Stage Door" e "Não Sou uma Planta"!!), "Invasão" e "Condomínio". Isso é só pra vcs ficarem de olho no que vai vir por aí... ;)

28 de jul. de 2016

Meus dois centavos sobre Johnlock (e já tô achando caro)

Relutei muito em escrever sobre Johnlock. Eu já deveria ter aprendido que eu nunca devo lutar contra um tema que coça nas pontas dos meus dedos. Por outro lado, é bom escrever sobre isso agora, quando parece que o assunto pode sossegar.

Embora eu saiba que não vai.

Pra começar do começo, eu não sou Johnlocker. Eu não sou Sherlolly. Eu não tenho ship. Eu acho que Sherlock Holmes não tem que ter envolvimento romântico com ninguém. Eu acho impossível dissociar qualquer adaptação de Sherlock Holmes do cânone original de Conan Doyle. Acho que se fosse pra dissociar, que usassem outro nome, criassem outro personagem. O cânone de Doyle é a bíblia da minha religião, não gosto de bulir com isso.

Mas o nome é "adaptação", né? Então é claro que mexem com algumas coisas. E Sherlock da BBC já começa mudando o time setting. Mas faz tudo com brilhantismo, etc. e tal, vcs já sabem e eu não preciso explicar por que amo a série. Quero falar é de Johnlock.

Na adaptação pro século 21, seria ridículo se ninguém fizesse ao menos uma piada com os dois caras morando juntos, sendo que um deles nunca tem namorada. É claro que tinha que ter esse tipo de insinuação, pois na vida real era o que aconteceria. Na primeira temporada isso foi feito de uma forma muito legal, que era leve e era engraçada e não comprometia Sherlock como gay ou hétero. Ele não era porra nenhuma. Logo no segundo episódio, John já estava atrás de namorada. Ou seja, os elementos que tínhamos à nossa disposição informavam o seguinte, se a gente tem que se prender a esses termos: um assexual, um hétero. Era o que tínhamos.

Mas surgiu Johnlock. E era natural que surgisse, no século 21, esse ship. Existe uma necessidade de sexualizar tudo, neste tempo em que vivemos, e sexo vende. E televisão é um produto. Nada vende mais que sexo. As pessoas querem consumir sexo, muitas vezes elas querem mais consumir do que fazer (acreditem, é verdade). Muitos acusam Gatiss e Moffat de queerbaiting (atrair o público LGBT com pistas, brindes, migalhinhas de um relacionamento gay que nunca se concretiza). Mas, gente, tem "hetero baiting" ali também. O que vcs acham que é Irene Adler? Ou mesmo a Janine? O baiting é generalizado, porque os criadores do programa sabem que sexo vende. Então o que o público faz com esse bainting? Se apropria. A apropriação da produção cultural alheia, com a internet, é algo inevitável, e daí surgiram as fanfics. Com hiatos tão longos como os de Sherlock, tinha mais coisa acontecendo fora do controle dos criadores da série do que sob o controle deles.

Mas a série ainda é deles, mesmo que tenha gente que acha que sabe mais sobre o que eles inventaram do que eles próprios (por mais estranho que isso soe). Eles são os criadores, nós somos o publico. A gente até pode deixar de gostar de um programa, veja bem, isso é perfeitamente possível. É a nossa liberdade como público. Pra dar um exemplo pessoal, House caiu muito no meu conceito quando ele se envolveu com a Cuddy. Assim como Sheldon e Amy. Sim, eu não gosto de sexualizar e romantizar tudo, por mais estranho que isso possa parecer vindo de uma escritora de romances. Eu acho que tem uns personagens que perdem muito quando isso acontece, e eu perco meu interesse. Se um dia John e Sherlock se tornassem um casal na série, eu provavelmente perderia interesse. É por isso que hoje eu estou feliz. Porque os criadores da série garantiram que isso não vai acontecer.

Como vcs podem ter percebido, eu disse que perdi o interesse por House e The Big Bang Theory quando seus personagens entraram em relacionamentos. Relacionamentos hétero. Mesmo assim, é de praxe acusar de homofobia quem não shippa Johnlock. Já tive que argumentar e justificar, até falando da minha própria bissexualidade, o que é ridículo, convenhamos. Porque se vc chega dizendo que não é Johnlocker vc tem que apresentar seus argumentos e aí a pessoa vai ver se eles são válidos e, se não forem, vc é homofóbico.

Sim, é isso aí.

Bom, então deixa eu pincelar uma realidade pra vcs.

Suponhamos que eu seja hétero. Suponhamos que eu ame Sherlock BBC e eu seja das que gostaria mesmo de ver Sherlock se engraçar com alguém. O que vc acha que despertaria meu tesão? Sherlock com uma mulher ou Sherlock com um homem?

BINGO.

Então, de repente, pode ser que a coleguinha que shippa Sherlolly ou Adlock seja apenas hétero, e não homofóbica. Veja só! Sim, eu sei, coitada dela, ser hétero. Ser bi é muito mais legal, concordo. Mas tb parece que Johnlockers não acham bacana ser assexual, então na minha opinião também estão fazendo juízo de valor com orientação sexual. Ser gay é melhor que ser assexual? Ser hétero é melhor que ser gay? Se eu não sou Johnlocker, eu sou homofóbica? Se eu sou Johnlocker, eu odeio assexuais ou eu acho que eles não existem?

NÃO, PORRA. Isso tá indo longe demais! Tá indo longe demais porque, muitas vezes, tá escondendo debaixo desse ativismo um machismo mal disfarçado. Dois homens são amigos, muito amigos. São, provavelmente, as pessoas mais importantes da vida um do outro. Isso tem que ser sexualizado porque só viado sente isso por um homem. Um John hétero jamais gostaria tanto assim de um Sherlock, então tem que ser gay. Mulheres podem ser muito amigas, mas se for homem, aí já são gays. Um machismo que muitas vezes descamba pra misoginia contra a personagem da Mary, e contra a atriz, Amanda Abbington. Pra piorar, Amanda tem a audácia de ser casada com Martin Freeman na vida real. Sim, porque é claro que o ship extrapola e tem muita gente por aí que shippa Freebatch. Sim, os dois atores. Aquelas duas pessoas que têm vida própria. Que existem. Que dormem, acordam, trabalham, têm família. Tem fãs que pegam e escrevem fanfics deles dois juntos. Tem gente que leva isso a sério, além das fanfics, e acha que é real. Eu só acho isso maluco. Mas quando essa maluquice se torna ódio contra as esposas dos dois, aí eu não gosto mesmo. Esse é o limite que eu não suporto.

Acontece que tudo isso aí é o que acontece fora do controle dos showrunners. Só que o show continua sendo criado por aquelas pessoas, que trabalham com isso, que desenvolvem os personagens, os enredos, tudo aquilo, e, em última instância, a decisão é deles. E agora eles disseram, com todas as letras, que Johnlock não é real. Que não está acontecendo, que não vai acontecer, e que não é pra ninguém esperar por isso porque não é essa a história que eles estão contando.

E tem gente cobrando Mark Gatiss, homossexual assumido, por mais representatividade.

Isso não é só insano.

Isso. É. Cruel.

No fundo eu penso que, do jeito que Gatiss e Moffat conduziram as coisas, eu poderia ter sido persuadida a ser Johnlocker. Poderia ter sido divertido. O problema é que os Johnlockers estragaram o Johnlock.