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25 de jan. de 2012

Hoje, na Saraiva

Na seção infanto-juvenil.

eu: Tem "A Invenção de Hugo Cabret"?

vendedora: É infanto-juvenil?

eu: Sim.

vendedora: Não.

eu penso: Caramba, ela sabe de cor tudo o que tem!
eu digo: Puxa, que pena, eu vi aqui nesta estante há algumas semanas...

vendedora: Ah é? Faz tempo? (começa a fazer menção de fazer algum esforço de ir procurar no computador)

eu: Mais ou menos, acho que umas duas semanas.

Vendedora vai procurar no computador e digita "invrncao hugo cabreiro"

eu: É Cabret. C-A-B-R-E-T.

Vendedora dá "enter" e o livro não é encontrado.

eu: "Invenção" tá escrito errado, tem um R no lugar do E.

Vendedora corrige. Livro encontrado.

vendedora: Aaaaah, tá.

Vendedora vai buscar e encontra o livro.

eu: Obrigada.



Até quando?

Vendedores, de livraria especialmente, a regra é muito simples: o cliente chegou com um título, ele sabe o que quer. Você não conhece o título? Relaxe, isso é possível! Digite a porra do título no computador. Aceite a possibilidade de o cliente conhecer algo que vc não conhece.

Eu já fui vendedora de livros.

24 de jan. de 2012

Um olhar sobre Sherlock

*escrevendo sob impacto*

Eu sempre soube ser uma fã apaixonada. Acho que tem gente que nasce com esse gene, o da tietagem, e essas pessoas conseguem dedicar paixões imorríveis a gente inalcançável ou gente inexistente. E fã cria relações por vezes extremadas com esses objetos de paixão.

Vocês já sabem um pouco da minha história com Sherlock Holmes. Eu o conheci sob a capa dura do Círculo do Livro, aos 11 anos de idade, e antes da maioridade já terminara toda a coleção de sete volumes. Lembro de render o último volume. E depois disso, de os reler.

Meu respeito pelo personagem beira a religião. Lembro-me de ter implicado de algum modo com quase todas as adaptações já feitas, embora eu goste de algumas, sim. Nenhuma, porém, me arrebatou. Somente aquela que mais o alterou e mais o preservou. Simultaneamente.

Gênio, é de um gênio a ideia de que apenas deslocando em mais de um século toda a história desse personagem é que seria possível fazer jus ao seu tamanho. Foi a liberdade da anacronia temporal que deu à dupla Gatiss-Moffat o ambiente perfeito para explorar com cuidado e respeito a personalidade magnética de Sherlock Holmes, tornando-a atraente para o público atual sem desmerecer em nada o Sherlock Holmes original.

Sim. Eu tenho um dedoche magnético do Sherlock Holmes.

Desde o princípio uma das coisas que mais me fascinou na série Sherlock foi a eficiência com que transferiam não os casos, mas as deduções de Sherlock Holmes dos livros para a tv, ainda que em casos completamente diferentes que não guardavam senão semelhanças quase brincalhonas - entre títulos e outras referências - com os enredos originais.

Porém há sim algumas diferenças que considero significativas.

1) Moriarty: Jim não é "professor" e é slightly more maniac do que o Professor James Moriarty original. Provavelmente é o personagem mais alterado, mas na verdade tinham pouco em que se basear porque...

2) Moriarty existe desde sempre: nos livros, James Moriarty é criado para matar Sherlock Holmes e o único caso em que aparece é justamente "The Final Problem". Aqui não, eles antagonizam desde o começo.

3) John Watson não se casa nem exerce a medicina: a vida dupla do dr. John Watson era muito mais plausível nos livros. Na virado do dezenove pro vinte seria pouco provável que o rapaz pudesse continuar vivendo só de assessorar um detetive e relatar suas histórias. Ainda mais quando passou a sustentar uma esposa. Ela, no caso, como bem lembrou o Emerson, era bem mais fácil de ser escondida nos livros. Na série ficaria estranho, visto que ela de fato nunca mais aparece nos enredos dos casos, só mesmo naquele em que ela é introduzida, "The Sign of Four".

O que é semelhante, quando não igual?

A) Sherlock Holmes: a lógica, o ar blasé com que desvenda as menores e maiores coisas, a excitação com os grandes casos, a irritação com o que não lhe desafia, a hiperatividade x a prostração (bipolar? a se pensar...), a determinação (palavrinha mais batida, né? mas é), o conhecimento imenso de coisas ridículas (tipos de tabaco) e de coisas úteis (mapa de Londres), os métodos pouco convencionais (a rede de mendigos informantes), a androginia-misoginia-atitude-nem-aí-pra-sexo, a agilidade na fuga. [falta mostrar que ele é bom de briga e de disfarces, mas ainda temos tempo]

B) Holmes + Watson: ou, no caso aqui, Sherlock + John. Companheirismo, amizade, mau humor, falta de respeito (do um pelo outro, claro). Aquele jeito irritantemente quase carinhoso que o Sherlock tem de mostrar ao John como é óbvio tudo aquilo que ele deduziu. A imorredoura estupefação de John. Sherlock é sim duro, mas nunca se deve duvidar da amizade e da forte ligação que há entre os dois. Sherlock precisa de John, sabe disso e não se envergonha. [falta mostrar que John se arrisca na dedução, Sherlock até fica orgulhoso, mas o pobrezinho sempre erra tudo, mas ainda temos tempo. quanto tempo?]

C) Mrs. Hudson: pode parecer pouco, mas a presença reconfortante de Mrs. Hudson é que te garante que tudo ali está no lugar, e ela é perfeita, dosada, na medida. Vivas para ela.

D) Holmes + polícia: embora só Lestrade esteja presente (cadê o Gregson? ainda temos tempo?), a relação arranhada é aquela ali.

E) Mycroft: preciso dizer que ADORO Mycroft Holmes. Nos livros E na tevê, mas devo dizer que não sabia se o classificava no que mudou ou no que foi mantido. A relação entre os irmãos, de admiração, competição e confiança, está bem retratada. Mycroft é de fato um homem poderoso dentro do governo britânico e pede ajuda a Sherlock algumas vezes. Mas falta o algo que me atraiu sempre em Mycroft. O mesmo talento do irmão mais novo, senão mais, porém nenhuma intenção-disposição de correr atrás de bandido nem de fazer disso profissão. Mycroft era o único que podia corrigir Sherlock. Mesmo que tenhamos tempo, não sei se ainda faria sentido incluir isso no Mycroft da tevê.

E aí a pergunta é: ainda temos tempo? Quanto tempo temos? Comecei a ficar genuinamente preocupada quando vi a quantidade de títulos de casos que foram "queimados" en passant no episódio da Irene Adler. The Speckled Blond, The Geek Interpreter, The Six Thatchers. Se a intenção for sempre a de se inspirar nos casos escritos por Conan Doyle, que não são muitos, queimá-los assim no atacado só pode significar uma coisa: esta série não vai durar muito tempo. Além da miserável quantidade de episódios por temporada, não haverá muitas temporadas, visto que ao final da segunda já chegamos ao clímax do Problema Final.

Agarremo-nos ao conforto de que não durará tempo suficiente para perder o rumo...

Spoilers em branco abaixo:

- Molly trocou os corpos? Quando? Já embaixo, provavelmente. Como se deu a rápida transformação, que Jim já fizera antes, ao sequestrar as crianças, é claro. Quem era o homem na bicicleta, atropelando John? Mycroft? Aguardamos ansiosos "A Casa Vazia"...

12 de jan. de 2012

Sugestões de presentes de aniversário (é, do meu mesmo...)

Sugestões de lojas e marcas

1) Roupas
- Carlota: blusas de malha, preferência batas
- Hering: linha New Basics, camisetas ou regatas (XG)

2) Acessórios e sapatos
- Morana (brincos, colares, qualquer coisa)
- Arezzo (no. 38)
- Crocs (no. 38): de preferência do tipo sapatilha, não do modelo tradicional
- Havaianas (37/38)

3) Cosméticos
- Boticário: Nativa Spa ou maquiagem
- Avon: batom Colordisiac ou esse batom novo que tem brilho em volta (tons de vermelho ou de rosa)
- Contém 1g: pincel para blush, kit de sombra Artist Palette Tropical ou Noite, lápis preto para olhos, lápis verde metallic para olhos, sombra em pó Branco Brilho Intenso ou Verde Aloe Acetinado ou outra cor que vc goste dessa sombra individual, que é bem baratinha
- Mahogany: batons, sabonetes em barra ou folhas perfumadas para gavetas

4) Livrarias
- Saraiva: vale-presente, kit com 3 cadernos pautados Moleskine (qualquer cor, exceto amarelo) ou algo das sugestões abaixo.

Sugestões diversas

- Seinfeld, 4a. temporada
- The Big Bang Theory, 3a. temporada
- Coleção dvds Poirot com David Suchet, qualquer volume

Livros
- Mil Mágicas, Dianna Wynne Jones
- qualquer Agatha Christie que eu não tenha
- Morte na Mesopotâmia + O caso dos dez negrinhos em quadrinhos

- Barbie Cápsula do Tempo Superstar
- Barbie Leonardo da Vinci (Monalisa)
- Barbie Vincent Van Gogh (Noite estrelada)
- jogo Scotland Yard 120 casos

- Secador de cabelo
- dvd player

8 de jan. de 2012

Os livros de 2011

Ano fraco.

Ok, precisamos decidir uma coisa: livro de leitura fácil em idioma estrangeiro vale? Este ano teve alguns e vou contá-los, mas it's up to you. Or to me?

1) "Le Petit Prince", Antoine de Saint-Exupéry (fr): audiolivro. Raridade para mim, pq eu costumo dormir. Tenho o audiolivro do primeiro HP também em francês, e nunca consigo terminar.

2) "El regreso de Sherlock Holmes", Arthur Conan Doyle (es): não avancei muito na minha releitura de SH este ano, li apenas esse volume em espanhol, que segue O Cão dos Baskervilles.

3) "Maigret et la jeune morte", Georges Simenon (fr): meu primeiro Maigret! Gostei.

4) "Monsieur Ibrahim et les fleurs du Coran", Éric-Emmanuel Schmitt (fr): releitura. Recomendo sempre fortemente, livro lindo! Este ano também vi o filme, perfeito!



5) Ben-Hur (de): leitura facilitada em alemão. Já terminei mais um auf deutsch este ano. ;P

6) "O símbolo perdido", Dan Brown: Professor Langdon, meu filho, volte pra Europa. Suas histórias não vingam nos Estados Unidos. Forçado pacas.

7) "O Natal de Poirot", Agatha Christie: pra variar, muita Agatha este ano.

8) "Poirot perde uma cliente", AC: gosto muito desta história.

9) "Le tour du monde en 80 jours", Jules Verne (fr): leitura facilitada em francês. Escolhendo para passar pros alunos.

10) "Les trois mousquetaires", Alexandre Dumas (fr): facilitada, mesmo objetivo.

11) "Uma dose mortal", AC: excepcional.

12) "M ou N?", AC: até gostei, mas T&T não são meu forte.

13) "A extravagância do morto", AC: que tema clássico.

14) "Arsène Lupin contre Herlock Sholmès", Maurice Leblanc (fr): excelente!! Leblanc respeitou Sherlock totalmente, sem diminuir Lupin. Classudo.

15) "Au Bonheur des Dames", Émile Zola (fr): melhor livro do ano! Zola é tão envolvente!

16) "Hora zero", AC: muito bom!

17) "Testemunha ocular do crime", AC: simplesmente um dos melhores de Miss Marple. Lucy Eyelesbarrow é uma daquelas mulheres que só Agatha podia criar. Adorei ela!

18) "A história sem fim", Michael Ende: não dá pra não ler, minha gente! De preferência, leia antes dos 18...

19) "O dia do curinga", Jostein Gaarder: releitura periódica, recomendada para manter a saúde mental.

20) "A outra volta do parafuso", Henry James: uma história favorita na minha vida, mas eu sempre lia na adolescência a versão da série Reencontro. Impossível largar, como eu me lembrava. Eu não gosto de terror, mas este livro é ótimo!

21) "Assassinato no Expresso Oriente + Morte no Nilo", AC em hq: legal, mas acho que a adaptação deixou um pouco a desejar. Claro que é difícil transpor tudo para diálogos de hq, mas mesmo assim...

Não estou traçando metas para este ano, embora eu tenha achado 2011 bem fraquinho. Me aborrece não chegar nem mesmo a dois livros por mês, ainda mais com releituras...

Boas leituras pra todos em 2012!