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9 de fev. de 2011

Maigret et la jeune morte - meu primeiro livro do Maigret!

Georges Simenon é um dos grandes autores do polar français. Pra quem não sabe, polar é o apelido francês do estilo literário "romance policial". Eu nunca tinha lido nada de Simenon. Eu sou uma criatura fiel, né? Primeiro fui fiel ao Sherlock Holmes. Li umas poucas Agathas na adolescência, impliquei com ela (sim, gente, impliquei com a muié, perdoem a adolescenta, eu era doida no Sherlock, tá?). Li UM Arsène Lupin na adolescência e gostei, mas não li outro.

Depois de ter terminado todos os Sherlocks, anos se passaram e voltei a ler Agatha, amando e tudo mais. Voltei a ler Arsène Lupin, o cavalheiro ladrão do autor Maurice Leblanc, amando-o e tudo mais (não li muitos dele ainda, na verdade, uns três ou quatro livros só). E agora resolvi lançar-me ao clássico Simenon e seu commissaire Maigret.


Bem leitora de primeira viagem, pedi conselhos no stand da Livraria Francesa na Feira Pan-Amazônica do Livro do ano passado sobre por onde poderia começar a ler Maigret, e o vendedor me recomendou esse excelente Maigret et la Jeune Morte ("Maigret e a Jovem Morta").

É um policial muito clássico, pois Maigret é um policial! Dou-me conta de que é a primeira vez que isso acontece nos policiais que gosto de ler. É também clássico porque todo o clima do livro é muito noir, sabem? Com aquelas investigações rolando de madrugada por ruelas mal frequentadas, senhoras de má reputação que gostam de falar dos outros, policiais que bebem vinho e café e nunca dormem nem voltam pra casa enquanto o caso não está resolvido. Essas coisas. Muita melancolia francesa, o ritmo é muito diferente do inglesismo mais ativo de Sherlock, ainda que masculino, e mais ainda da doçura, ainda que cruel, da confortável Agatha. É difícil comparar com os livros de Arsène Lupin, pois embora se classifiquem no mesmo nicho literário, como ele é o ladrão, o desenrolar vai de outro modo. Mas é preciso dizer que Maurice Leblanc se serve muito mais do charme francês do que Georges Simenon. Maigret não é charmoso. Ele é melancólico.

Sobre o livro em si, tentando não dar muito spoiler, o mais interessante é que a maior parte da obra, como sugere o título, se desenrola em cima da identidade da vítima, e não do assassino. O envolvimento de Maigret é paternal. É bem interessante.

A L&PM tem vários títulos do Maigret em português, mas não esse, infelizmente. Pra quem tem alguma noção de francês, a CLE International tem uma versão em français facile até com cd.


Assim vou ter que mencionar este post lá Club Jean Briant, né?

2 comentários:

  1. Puxa vida, Brunhilde, mais uma coincidência de gostos! Li Agatha Christie aos borbotões na adolescência e o Sherlock Holmes me atraia masculinamente falando. Homem inteligente é o must! Viu a versão dele a la Robert Downey Junior? Tá certo que não condiz muito com o biotipo do Sherlock e o filme de dedução sherlockvística fica a desejar, mas que delícia, hein?
    Bom. Voltando aos policiais. Já leu o Rex Stout? O detetive que ele criou, o Nero Wolf, é sui generis: ordo, preguiçoso, cheio de mumunha, fanático por orquídeas, resolve tudo sem sair de casa. E
    As histórias são contadas pelo viés do comparsa dele, o Archie Goodwin, que tem um humor incrível.

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  2. Cris, fiquei com vontade de ler! Fia, não tive coragem de ver o filme do Downey Jr., juro. Eu sou uma sherlockiana muito purista, difícil de agradar, e o trailer já era espantoso, no mau sentido, pra um sherlockiano. Sherlock pelado numa cama, algemado? Pode ser qualquer um, MENOS Sherlock. Por outro lado, a série da BBC com Benedict Cumberbatch é um sopro de alívio para os sherlockianos convictos. Ainda que ambientada nos dias de hoje, é perfeitamente sherlockiana, como deve ser!

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