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22 de dez. de 2011

Trecho do volume 2 de Ventura


"Virei pra direita, atravessando o piso preto e branco do vestíbulo e entrei na antecâmara que antecedia o meu velho quarto. As portas e os umbrais, ricamente trabalhados em madeira e dourado, a luz fraca e artificial da noite que iluminava pobremente o salão através das enormes janelas que davam para o jardim, tudo parecia diferente. Menos natural, mais suntuoso. A visão do jardim me atraiu e parei na segunda janela, já ao lado da porta do meu quarto. A penumbra da antecâmara valorizava a iluminação delicada do jardim à noite. Eu amava aquele jardim. Mal podia esperar pra revê-lo sob a luz do sol.

Entrei no meu quarto, recebida pelo cheiro de madeira das paredes e por um perfume de lavanda. Acendi a luz e fiquei parada ali, perto da porta, reconhecendo a cama espaçosa e alta, o enorme espelho sobre a lareira, a escrivaninha que ficava virada para a janela do jardim, a penteadeira no lado oposto, dava para a Cour. Minha mala já estava ali, sobre uma pequena mesa ao lado do guarda-roupa. Sentei na cama, que exalava um frescor tão irresistível. Tirei os sapatos e deitei do jeito que estava. Dormi toda vestida e só acordei pela manhã."

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