Dia 22 - O marco entre a juventude e a maturidade: ele está em algum livro que você leu?
Não diria dessa forma, assim, um livro que tenha marcado a passagem da juventude para a maturidade, isso eu acho que não. Mas muitos livros marcaram os anos pós-adolescência, se é que eu sei quando isso terminou, se é que terminou.
Acho que é chegada a hora de falar de meu livro favorito na vida. Se eu já li com mais de 18 anos é considerado idade adulta, certo?
Há muitas razões para que O Dia do Curinga seja meu livro favorito na vida. Possivelmente a primeira é o Jostein Gaarder. Eu gosto de praticamente tudo o que esse cara escreveu. Adoro o estilo dele, sempre flui deliciosamente comigo. Tem a filosofia, e diferentemente de O Mundo de Sofia, este livro não pretende te dar aulas de nada, pois a diferença essencial entre Sofia e Hans Thomas é que ela é aluna, e ele é filósofo (apesar de ser mais novo q ela). Caso vcs são saibam, Gaarder resolveu escrever O Mundo de Sofia depois do Curinga, porque achou q não existia um livro de filosofia no mercado para alguém da idade do Hans Thomas.
Mas seguramente o que mais me encanta nessa história é, bem..., é a história. O modo como Gaarder construiu a história é engenhoso e leve e mágico, é tão apaixonante! Meio inception, com várias histórias uma dentro da outra, e sem deixar de provocar reflexões. Eu já perdi as contas de quantas vezes reli, e ainda fico de cara com certos trechos. Dá vontade de bater palmas pra esse cabra!
Mais duas menções tão honrosas quanto são toda a saga Harry Potter (JK já tem o posto de autora favorita, né?)...
... e a trilogia de Griffin & Sabine, de Nick Bantock. Minha queda por ficção com um toquezinho de fantasia é inegável, né?
Teve uma época q eu emprestava meus livros de Griffin & Sabine pra todo mundo q começava a ficar meu amigo porque eu achava que não podia me relacionar com alguém que nunca tivesse lido esses livros. Acho ridiculamente evidente o quanto essa trilogia e ainda A Esposa do Veneziano influenciam algumas coisas da literatura que produzo, assim como Gaarder, Pessotti, Eça e... acho que isso é assunto pra outro post.
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Um livro que foi um marco para mim e que abriu as portas da percepção e meu senso crítico foi "O que é ideologia" da Marilena Chaui. Eu li quando estava no colegial e fiquei muitos dias em estado de surpresa e fascínio. No dia da discussão na aula de História eu não conseguia me conter de tanto que tinha a dizer. Tive depois o prazer de conhecer a Chaui e assistir várias aulas de filosofia como ouvinte e dar muitos uaus. Nunca os uaus foram tão incríveis como este primeiro.
ResponderExcluirOutro da lista dos desbundes para não ser mais o que era antes foi um livrinho com poesias de Alvaro de Campos/Fernando Pessoa. Estudei Fernando Pessoa no colégio mas nunca tinha dado bola para ele. Aliás, confesso, a poesia em geral nunca me tocou muito. Na leitura conjunta com minha amiga Kátia, em voz alta, a poesia soou para mim como algo muito impactante. As palavras ditas em voz alta como em um ritual, o compartilhamento do estado de encantamento pelo sentido delas e a sensação que o momento parou para nos revelar algo de extremamente profundo.
E por fim "O Processo" e "Carta ao pai" do Kafka. O primeiro me causou diversos insights e me fizeram virar kafkiana de carteirinha. O segundo expressava tudo o que queria dizer e não sabia como dizer para o meu próprio pai.
Crisim