Dia 26 - Você libera seus exemplares pelo mundo?
E a resposta éééééé....
MAIS OU MENOS.
DEPENDE.
Na verdade estou no processo de aprender a liberá-los, e é um processo bem seletivo. Ano passado tive uma experiência diferente com livros, quando fiz um curso de verão em Paris, e a professora nos deu livros, pra quem quisesse levar pra casa. Fiquei observando a partir daí como os franceses tinham uma relação diferente com os livros. Quando vc encontra livros usados à venda por 1 euro fica claro que há muita gente dando livros por aí, não só vendendo. E como eu trouxe um moooonte de livros dessa viagem, resolvi adotar um pouco a política do desapega, e comecei separando alguns livros que eu sabia que não ia querer reler. Meu critério primeiro é esse, porque eu releio bastante, então eu uso de novo e de novo meus livros mais queridos. Uma boa razão para mantê-los, claro. Mas livros que eu não gostei muito ou que simplesmente não pretendo reler, mas que são bons. eu carimbo com um versinho cretino ("Sou um livro viajante/leia-me e passe adiante") e mando pro mundo.
Mas se é um livro que eu gosto muito e tal e coisa, até de emprestar eu tenho pena...
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O lance de libertar livros já virou compulsão. Saio de casa já com livros para deixar por aí. Agora liberto menos os meus porque já sabem que tenho esta prática e recebo muitas doações.
ResponderExcluirNo serviço tenho uma bibliotequinha que administro com livros meus para empréstimo. Funciona desde 2007. Tem esqueminha bem simples de empréstimo e os livros circulam bem. Tive alguns desfalques com funcionários que sairam da empresa e não devolveram. Não foi por falha de cobrança minha, faço boa marcação e bem insistente, mas a pessoa promete devolver e depois esquece. De qualquer forma a bibliotequinha além de me dar prazer por ver tanta gente lendo, me faz trabalhar o desapego.
Empréstimos de livros de forma pessoal, da minha mão para a mão de outro amigo eu costumo pensar muito antes de fazer. É um ato altamente afetivo para mim e por isso penso bem nas consequências. Tem que ser muito amigo para que o esquecimento não cause mágoa. Porque acredite, vão esquecer de devolver. Algumas vezes é usocapião e a pessoa quer ficar com parte de você, ou do livro em questão, e não consegue devolver. Na maioria das vezes a pessoa sente que é tão tua amiga, que vai te rever sempre, que protela a devolução para um dia qualquer. Então é preciso estar muito segura que o desfecho do empréstimo não me deixará triste e lamentando depois. Um caso de empréstimo que me abalou muito: emprestei "A Jangada de Pedra" do Saramago para uma amigona. Ela emprestou o livro para outra pessoa sem me consultar e um dia que eu ajudava numa mudança dela, aproveitei para cobrar o livro. Ela então me revelou que havia emprestado e não se lembrava para quem. Não me restituiu com outro livro e mostrou muito pouco caso na ocasião, apesar de eu demonstrar o quanto fiquei ofendida. Detalhe importante: eu adoro este livro e ela quis ler justamente por ter ficado curiosa depois que o descrevi com tanto entusiasmo. Conclusão: ela me "perdeu" nesta ocasião. Vi ali que a consideração por mim era pouca e que eu superestimava aquela amizade. Dei o livro e a amizade como perdida. Comprei outra Jangada para mim por conta disso.
Para evitar fins trágicos como este evito emprestar livros importantes para mim, que tem relação intrínseca com minha vida. E se vou emprestar é com todas as ressalvas do mundo. Se a vontade de ler e o comprometimento da pessoa forem pequenos ela se assusta com o excesso de zelo e desiste. Se decide ficar com ele, a coisa toda vira quase um pacto, daqueles bem medievais. E findo o processo e o livro de volta, a pessoa ganha de mim uma consideração e respeito infinitos.
Crisim